Nem de propósito! António Barreto, na sua coluna do Público de hoje sobre os "directos" em televisão, retoma o pano de fundo da questão por mim aflorada, aqui, relativamente à subvalorização a que se assiste na edição em rádio.
«Os jornalistas fazem cada vez menos a "edição" das "peças", das imagens e das reportagens dos "enviados" e "metem os brutos", isto é, põem no ar as sequências em bruto, tal como chegaram dos "enviados" ou das agências. O "directo" é o maior incentivo à preguiça que se conhece. Dispensa trabalho e reflexão.» (link só para assinantes).
Ora, convém não esquecer, os excessos a que assistimos actualmente na televisão começaram pela rádio, quando se quis carimbar a "rádio em directo" com o selo que garantiria automaticamente a qualidade do produto radiofónico, conforme já referi aqui:
«E não basta a transmissão da actualidade em directo para que o efeito surpresa funcione. Aliàs, já é tempo de acabar de vez com o mito rangeliano da "rádio em directo", tal é o uso e abuso que se tem feito do conceito. Para além de já quase nunca surpreender (são as conferências de imprensa na hora dos telejornais, são as declarações previsíveis, são as entrevistas de circunstância), quando se justifica, e na falta de grandes repórteres, o directo em rádio (e já agora também em televisão), tende a ser formalmente pobre e a fazer apelo às emoções mais primárias, quando não é, pura e simplesmente, idiota."
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