domingo, 26 de julho de 2009

Visões premonitórias de Marshall McLuhan

1960:
"Hoje, quando o movimento da informação se tornou, de longe, a maior indústria do mundo (...)"

"Hoje, na situação da circulação instantânea da informação, a oferta cria a procura (...)"

"O «interesse humano» testemunha o momento em que o público passou a ser o espectáculo. Nesse momento, foi desencadeada uma revolução política radical, a do nascimento do meio de comunicação de massas. Esse meio de comunicação caracteriza-se por a mensagem não ser dirigida
para o público, mas por entre o público, qualquer que ele seja. O público é simultaneamente o espectáculo e a mensagem."

1966:
"A espantosa dinâmica ou padrão da informação eléctrica consiste em envolver cada vez mais o público como força de trabalho, em vez de lhe lançar coisas para consumir ou como espectáculo."



Através destes exemplos pode ver-se como Marshall McLuhan soube identificar e sublinhar algumas das tendências emergentes mais importantes na comunicação de massa do último meio século. Porém, fosse devido à sua formação de base (humanísticas) ou à falta de tempo útil de vida (n. 1911- f. 1980) McLuhan acabou por não conseguir tirar todas as consequências do papel da economia nas mudanças tecnológicas e nas respectivas implicações sociais.

O envolvimento do público, a interacção crescente nos media electrónicos, tem-se traduzido, sobretudo, numa mais-valia comercial para as empresas que McLuhan tão bem apontou ao referir que o padrão era "envolver cada vez mais o público como força de trabalho". A suposta dimensão emancipatória que poderia consubstanciar a participação do público em ganhos de cidadania ainda não conseguiu sobrepor-se às lógicas do consumo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os excertos confirmam bem as visões premonitórias de McLuhan...um Jules Verne da comunicação.