sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A 1ª série da revista "Grande Reportagem"

Faz hoje 23 anos, a 7 de Dezembro de 1984, foi publicado o 1º número da 1ª série da revista "Grande Reportagem" (ficha técnica e sumário em baixo). No pós-25 de Abril foi a primeira vez que, em Portugal, surgiu nas bancas um newsmagazine, como agora se diz, herdeiro de publicações anteriores a 1974 como a "Vida Mundial", o "Século Ilustrado" ou a "Flama". A "Grande Reportagem" tinha como objectivo abordar temas de modo profundo e completo e o seu director era José Manuel Barata-Feyo, também ele responsável de um programa de televisão homónimo cujo fim fora decretado, meses antes, pelo governo do Bloco Central, na sequência de uma reportagem sobre a guerra civil em Angola.

A redacção da revista "Grande Reportagem", chefiada por José Júdice, contava com os grandes repórteres Adelino Gomes, Fernando Gaspar, Miguel Sousa Tavares e Rui Araújo, para além de outros importantes nomes do jornalismo português como Carlos Oliveira, Gualdino Paredes ou Joaquim Furtado. O naipe de colunistas era de peso e a sua opinião continua a pontificar, ainda hoje, nos media: António Barreto, António Pedro Vasconcelos, Maria Filomena Mónica e Vasco Pulido Valente.



A 1ª série da "Grande Reportagem", que tinha periodicidade semanal e 68 páginas por edição, não chegou a durar um ano, mas inovou o panorama da imprensa portuguesa ao introduzir, ainda que timidamente, a cor e apresentando uma visão cosmopolita do mundo, contando para isso com correspondentes em Roma, Paris, Madrid, Londres, Bona, São Paulo e Genebra, coordenados em Lisboa por Seruca Salgado, entretanto, já falecido.

A minha colaboração na "Grande Reportagem", de que aqui deixo três peças, foi feita, então, a partir da República Federal da Alemanha onde pontificava, na altura, o chanceler Helmut Kohl (07/12/1984), ainda em pleno período de guerra fria (04/04/1985), e com a sociedade alemã conturbada pelas sequelas da actividade do grupo de Baader-Meinhoff (25/01/1985).

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