terça-feira, 5 de maio de 2009

O país dos fala-barato

No início, as televisões e as rádios começaram por ouvir comentadores qualificados (e supostamente sem interesses particulares) quando queriam aprofundar este ou aquele assunto. Depois, passaram a comentadores os políticos fora do activo, a que se seguiram os políticos no activo, umas vezes apresentados como tal, outras nem por isso. Até que a "vox-populi" ganhou estatuto de "opinion-maker" misturando, bastas vezes e sem a adequada moderação, convicções com factos, mentiras com meias-verdades e lançando até injúrias e difamações.

A opinião responsável e fundamentada tem de continuar a ser livre, mas a exibição da ignorância e do disparate, que vai ganhando cada vez mais terreno no espaço público, não pode ser colocada ao mesmo nível. A não ser que o objectivo seja fomentar o país dos fala-barato.

2 comentários:

BAIRRO disse...

E o que me dizes desta nova, ridícula e hilariante classe que dá pelo nome de politólogos? E por que razão a opinião deles é melhor do que a minha ou a tua ou a do sinaleiro de são mamede se ainda houvesse?


LPA

Vítor Soares disse...

Era suposto que a opinião deles fosse mais qualificada e fundamentada (afinal foi para isso que eles se prepararam academicamente) e que tivesse sempre em vista o interesse geral, o que não é, necessariamente, exigido à minha ou à tua. Mas, infelizmente, isso nem sempre acontece!