A utilização do humor, do nonsense e do absurdo é, por vezes, a única escapatória possível para se conseguir promover uma arejada intervenção em sociedades monolíticas ou mediaticamente bloqueadas. A emissão de rádio que se pode ouvir aqui, chamava-se "Rádio Nova, Rádio Nossa" e era um programa de um grupo de jovens, em Luanda, com difusão facultada pela Emissora Oficial de Angola.
A emissão, difundida em 11 de Fevereiro de 1974, foi realizada com base no livro "O desastronauta", de Flávio Moreira da Costa, publicado originalmente em 1971. Então como agora, o tango "Cambalache", utilizado como epílogo musical do progama, retrata os sinais de um tempo confuso, sem referências criteriosas, e em que se fica muito a dever a uma esclarecida dignificação de valores:
Que siempre ha habido chorros,
maquiavelos y estafaos,
contentos y amargaos,
valores y dublés...
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Hoy resulta que es lo mismo ser derecho que traidor..!
Ignorante, sabio, chorro, generoso o estafador!
Todo es igual! Nada es mejor!
Lo mismo un burro que un gran profesor!
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1 comentário:
O exemplo é francamente bom para mostrar a intemporalidade de muitas problemáticas e, naturalmente, as estratégias para as denunciar.
LC
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