quarta-feira, 6 de junho de 2007

Massificação da informação e banalização da opinião

No ano passado, a imprensa gratuita atingiu uma circulação de 8%, a nível mundial, conforme se pode ler aqui, reflectindo um crescimento exponencial. Deste modo, o mercado de publicações, sejam elas generalistas, temáticas, mais populares ou mais de referência, está a ser capturado pelos gratuitos, o que se traduz numa perda de valor para a informação mainstream, distribuída gratuitamente por todo o lado, seja através dos jornais ou via rádios e televisões hertzianas, estas desde sempre assumidas pelo público como gratuitas. O sentimento de desvalorização estende-se às peças e artigos de opinião, a sofrerem os efeitos de uma banalização crescente, com os mesmos turbo-comentadores replicando por jornais, rádios e televisões, juízos cujo valor parece prender-se mais com o facto de os protagonistas serem supostamente conhecidos e menos devido à consistência das opiniões ou à validação pelo domínio dos temas. Com este pano de fundo, nivelado por um grau de estrita mediania, a satisfação da generalidade dos consumidores está garantida, pelo que resta ao jornalismo que se queira pago dirigir-se aos nichos de mercado que privilegiem uma cultura de exigência através de uma informação diferenciada e de uma opinião credível e validamente sustentada.

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