domingo, 11 de fevereiro de 2007

RCP - uma rádio de convidados

Ela aí está. Finalmente. A rádio que faltava em Portugal: uma rádio de convidados. Luís Osório tinha razão quando anunciava a presença de dezenas de convidados em cada dia como o grande valor acrescentado que o novo RCP vinha trazer à rádio portuguesa. De opinion-makers da política a cantores pimba, de astrólogos a sociólogos, do talhante do bairro ao ministro, todos têm lugar na “rede de influência” gerada pela abertura do microfone a uma plêiade de protagonistas, sejam eles pouco conhecidos ou determinantes figuras públicas. No geral, têm em comum a expectativa de uns minutos de fama consagrada neste modelo radiofónico. Por isso mesmo, nunca vão faltar convidados, mesmo que, por vezes, possa parecer discutível o interesse do discurso público deste ou daquele protagonista. No fundo, é levar ao extremo a lógica dos já testados fóruns radiofónicos (a forma mais barata de fazer rádio) com a economia de recursos que o modelo propicia aos operadores que, simultaneamente, podem apresentar o alargamento do espaço público como um valor acrescentado de ordem social. À rádio cabe disponibilizar o palco deixando brilhar o “you”, a personalidade do ano 2006 consagrada pela revista TIME. O público em geral, cada um de nós, vai gradualmente assumindo o papel anteriormente destinado aos profissionais dos media a quem vai restando fazer a figura de compère por mais diligente e bem intencionada que, à partida, seja a sua actuação. Aos jornalistas dos audiovisuais, nomeadamente, coloca-se de uma forma cada vez mais nítida a questão se o que fazem ainda é informação ou simplesmente entretenimento.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei de encontrar este novo blog...pressinto que não é mais um!
LC

Anónimo disse...

Em Portugal há cada vez mais gente orfã de palco por isso os convidados não vão faltar...