A composição radiofónica, expressão entretanto caída em desuso, era aquilo que, até aos anos 70 do século passado, designava o trabalho de sonoplastia, sonorização e todo o tratamento sonoro a que eram sujeitas as produções de rádio.
No seu aparente pretenciosismo, a expressão continha em si um manancial de referências que delimitavam rigorosamente um conceito através do qual se pretendia guindar o trabalho radiofónico a um estatuto criativo que se foi perdendo e, como tal, é cada vez menos reconhecido.
Foi por aí que começou a minha vida como profissional de rádio - um estágio no sector de composição radiofónica da Emissora Nacional entre Novembro de 1975 e Janeiro de 1976 - e, esse facto, acabou por sedimentar a minha perspectiva sobre a importância do tratamento e da roupagem que devem exibir todos os conteúdos radiofónicos, sejam eles jornalísticos ou não jornalísticos.
Na altura, vivia-se ainda o rescaldo dos tempos áureos da ficção e do teatro radiofónico e foi nesse caldo de cultura, exemplarmente plasmado no livro "O Teatro Invisível" de Eduardo Street, que os meus sentidos despertaram para o jogo de palavras ouvidas ("horspiel" em alemão) que é capaz de criar "pictures in the mind", como dizem os ingleses.
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2 comentários:
Não sabe dizer onde se pode adquirir o livro?
Obrigado,
rreis
Eu comprei na Livraria do Teatro D. Maria II, no Rossio.
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