domingo, 23 de setembro de 2007
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Memória de elefante
A propósito da dispensa de António Sérgio pela Rádio Comercial têm sido escritas algumas incorrecções, nomeadamente quanto ao percurso profissional do radialista, por exemplo, aqui.
António Sérgio não começou na Rádio Renascença, em 1977, com o programa "Rotação". Já no início dos anos 70 podia ser ouvido na mesma Renascença, ao lado de Odete Ferrão, apresentando o "Encontro para dois" ou, então, no "Tic-tac", dois programas que não se identificavam sequer com qualquer cultura musical de vanguarda, antes pelo contrário, e onde imperava a chamada "música ligeira".
E não se pode, sequer, invocar o facto de se estar antes do 25 de Abril porque, na mesma emissora e na mesma época, havia programas com conteúdos musicais e formas de apresentação muito menos convencionais como, por exemplo, o "Tempo Zip" ou o "Página 1". Assim sendo, a participação no "Encontro para dois" ou no Tic-tac" apenas pode ser entendida como uma deriva no percurso profissional do então "jovem e inconsciente" António Sérgio que viria, posteriormente, a marcar a rádio através dos seus programas de autor.
Por isso mesmo, o respeito pelas três últimas décadas do trabalho de António Sérgio justificam plenamente um sublinhado por baixo da caracterização feita aqui, no post Go West, onde se lê que "agora, um rapazote velho e meio-néscio despediu-o". Eu não diria melhor.
António Sérgio não começou na Rádio Renascença, em 1977, com o programa "Rotação". Já no início dos anos 70 podia ser ouvido na mesma Renascença, ao lado de Odete Ferrão, apresentando o "Encontro para dois" ou, então, no "Tic-tac", dois programas que não se identificavam sequer com qualquer cultura musical de vanguarda, antes pelo contrário, e onde imperava a chamada "música ligeira".
E não se pode, sequer, invocar o facto de se estar antes do 25 de Abril porque, na mesma emissora e na mesma época, havia programas com conteúdos musicais e formas de apresentação muito menos convencionais como, por exemplo, o "Tempo Zip" ou o "Página 1". Assim sendo, a participação no "Encontro para dois" ou no Tic-tac" apenas pode ser entendida como uma deriva no percurso profissional do então "jovem e inconsciente" António Sérgio que viria, posteriormente, a marcar a rádio através dos seus programas de autor.
Por isso mesmo, o respeito pelas três últimas décadas do trabalho de António Sérgio justificam plenamente um sublinhado por baixo da caracterização feita aqui, no post Go West, onde se lê que "agora, um rapazote velho e meio-néscio despediu-o". Eu não diria melhor.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
A gramática e a plástica da rádio
Toda a gente concordará facilmente que a linguagem do meio rádio é específica, relativamente à imprensa, à televisão ou, no caso presente, aos blogues.
Também a execução formal e a apresentação de um produto radiofónico deverá pressupor que o comunicador possua determinadas características e conhecimentos que são próprios do meio rádio.
Vem isto a propósito de quão penoso tem sido acompanhar os primeiros dias em antena da nova aposta para as tardes do RCP, Ana Sousa Dias.
As hesitações, as falhas na condução da emissão, os sucessivos pedidos de desculpa aos ouvintes e uma suposta informalidade revelam, sobretudo, um ténue conhecimento da gramática e da plástica da rádio por parte de alguém que, manifestamente, não está talhada para a função que lhe quiseram atribuir.
Não estão sequer em causa a experiência e os atributos de Ana Sousa Dias como jornalista/entrevistadora. Porque ela, no “Janela Aberta” do RCP, é muito mais do que isso. Como tal, ou se preparava devidamente para conduzir uma emissão com proficiência ou, então, não aceitava dar voz e desempenhar uma tarefa específica de um meio que, nitidamente, não domina.
Assim como não é normal que um jornalista formado no meio rádio salte directamente para responsável pela paginação da mancha gráfica num jornal ou para repórter de imagem numa televisão, o inverso também não deveria acontecer.
Apesar da tendência crescente para a convergência dos meios e polivalência de funções há especificidades do trabalho jornalístico que exigem um acumular de experiências e conhecimentos que devem ser adquiridos na retaguarda.
Porém, actualmente na rádio corrigem-se os erros e aprende-se “no ar” esquecendo que, mesmo no pára-quedismo, se começam por fazer os primeiros ensaios em terra.
Também a execução formal e a apresentação de um produto radiofónico deverá pressupor que o comunicador possua determinadas características e conhecimentos que são próprios do meio rádio.
Vem isto a propósito de quão penoso tem sido acompanhar os primeiros dias em antena da nova aposta para as tardes do RCP, Ana Sousa Dias.
As hesitações, as falhas na condução da emissão, os sucessivos pedidos de desculpa aos ouvintes e uma suposta informalidade revelam, sobretudo, um ténue conhecimento da gramática e da plástica da rádio por parte de alguém que, manifestamente, não está talhada para a função que lhe quiseram atribuir.
Não estão sequer em causa a experiência e os atributos de Ana Sousa Dias como jornalista/entrevistadora. Porque ela, no “Janela Aberta” do RCP, é muito mais do que isso. Como tal, ou se preparava devidamente para conduzir uma emissão com proficiência ou, então, não aceitava dar voz e desempenhar uma tarefa específica de um meio que, nitidamente, não domina.
Assim como não é normal que um jornalista formado no meio rádio salte directamente para responsável pela paginação da mancha gráfica num jornal ou para repórter de imagem numa televisão, o inverso também não deveria acontecer.
Apesar da tendência crescente para a convergência dos meios e polivalência de funções há especificidades do trabalho jornalístico que exigem um acumular de experiências e conhecimentos que devem ser adquiridos na retaguarda.
Porém, actualmente na rádio corrigem-se os erros e aprende-se “no ar” esquecendo que, mesmo no pára-quedismo, se começam por fazer os primeiros ensaios em terra.
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ana sousa dias,
linguagem específica dos meios,
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